domingo, 19 de agosto de 2012

Quando te amo



Quando te amo
Nasço e morro
Renasço de cinzas
De rosas queimadas
De fogo ateado
Nas árvores dispersas.

O teu lado
O meu lado
Escondendo
O teu corpo e o meu
Das minhas fantasias
De poeta.

E subo, como poeta que sou
Ao Altar do Sacrifício
Olho numa despedida
A Via-Sacra,
Como a subida de um justo
Desprendido, na hora da partida.

Eu olho, sem saber quem sou
Sem saber quem procuro
Sem saber onde vou...

Mas olho, por detrás das árvores
A cobrirem nosso espaço
Nosso espaço de amor
Nossa cama floreada
De mil flores
Nosso respirar ofegante
A descansar,
Da luta do instante.

Abro meus olhos
Enquanto dormes
Enquanto descansas
Dos jogos de amor
Ensinados por mim,
Aprendidos a primor
Por ti...

Eu olho o submerso
Onde tantos se debatem
E se prendem
Sem salvar.

E desço, uma vez única
Para escrever meus versos
E dar a saber
Àquele que se perdeu
O caminho de regresso.

Volto ao meu mundo
Por ti que adormeces
Nos caules da ausência
E por eles, no tempo a dissolver.

Eles não sabem
Tu não sabes,
Mas não importa saber!

Há uma outra claridade
Na subida distância
Sem noite e sem vozes.

Mas importa saber
Que volto por eles
E por ti, meu Amor!

Maria luísa

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